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Óleo do Motor - O que devemos saber!

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TesZero:
Como todos sabemos, o óleo faz parte das manutenção mais vitais do motor. A sua qualidade e manutenção atempada previne muitos dos problemas graves do motor, como desgaste de material ou sujidade.

É de grande importância que se faça uma manutenção atempada e com óleo adequado.

Contudo, a informação sobre o óleo é por norma demasiado técnica o que provoca muitas das vezes confusão na escolha do melhor óleo para o nosso motor.

De seguida tento explicar o mais sucinto possível o que considero mais relevante sobre o óleo:

Qual o objectivo do óleo no motor:
O principal objectivo é lubrificar as partes moveis do motor, contudo este tem também características anti-corrosivas e detergentes mantendo o motor limpo internamente.

Porque razão o óleo fica preto e quando se deve mudar:
O simples facto do óleo estar preto não representa que este tenha que ser mudado. Estando preto representa que está a cumprir um dos seus propósitos, "carregar" a sujidade e impurezas não permitindo que estas adiram às paredes do motor. Deve de ser mudado após estar saturado, por norma ao fim do período definido pela qualidade do mesmo.

A viscosidade, a característica mais importante do óleo:
A viscosidade pode ser avaliada em 2 escalas:

- Grau único (Single grade) - Exemplo SAE 30 - A avaliação da viscosidade é avaliada somente a quente, com o óleo a 100º, temperatura perto do normal funcionamento de um motor de combustão.

- Grau múltiplo (multi grade) - Exemplo SAE 5w40 - A avaliação é feita em 2 temperaturas, o primeiro valor, neste exemplo "5w" representa a avaliação da viscosidade com temperatura de 0º, temperatura considerada já gélida, comparada à fusão da água. O segundo valor, tal como no Single grade, refere-se à avaliação a 100º.

O que representa as siglas SAE:
As siglas SAE representam Society of Automotive Engineers. A SAE é a entidade responsável por determinar a tabela de avaliação da qualidade do óleo desde 1911. A SAE testa e determina a viscosidade a duas temperaturas através de uma tabela denominada SAE J300.

Como são medidos os valores apresentados na viscosidade:
Para obter os valores apresentados nas viscosidades a SAE utiliza um teste que consiste em colocar óleo num tubo e cronometrar o tempo que o mesmo demora a percorrer de uma ponta à outra do mesmo, estando à temperatura de 100º. Esse valor em segundos corresponde ao valor de avaliação da viscosidade.
Exemplo. Um óleo SAE 40 demora 40 segundos a percorrer o tubo do teste. Os valores em segundos são aproximados para os valores conhecidos de "0,5,10,20,30,40, 50 e 60"

Em 1952, atendendo ao facto que o óleo sofre alterações de viscosidade mediante a temperatura e pressão foi implementada a especificação de grau múltiplo (multi grade) que permite a avaliação da viscosidade tanto com temperatura quente (100º) como a temperaturas gélidas(0º), sendo a sigla "W" abreviatura de winter(não para ser usado no frio, mas sim por ser testado no frio). Ou seja, um óleo SAE 50 tem exactamente a mesma viscosidade a 100º o que um óleo 5w50 ou 0w50.

Em suma, as viscosidades representam os resultados dos testes a diferentes temperaturas, não a recomendação para uma temperatura ambiente de Xº.
Estando num inverno da Suécia ou num verão do Dubai a temperatura óptima de funcionamento de um motor de combustão / explosão rondará sempre os 90º / 100º. Caso esteja em um país frio o motor demorará mais a aquecer, logo precisa de um óleo mais fino, caso se encontre num país quente aquecerá mais rápido, logo alcançara a viscosidade indicada mais cedo.
Podemos usar óleos frios em países quentes, pois interessa é lubrificar rápido o motor, mas nunca utilizar óleos grossos em países frios, porque se não aquecem, logo nãa lubrificam.

O que é óleo 100% sintético e porque razão é o mais recomendado?
Óleo sintético é um óleo baseado numa formula artificial em vez de derivados de petróleo. Este tipo de óleo permite maior qualidade de lubrificação e resistência a temperatura do que óleos minerais e semi-sintéticos. Por norma óleo sintéticos são comercializados apenas como óleos que garantam a sua viscosidade a baixo dos 0º, 0Wxx ou 5Wxx.
Os primeiros óleo 100% sintéticos começaram a ser comercializados em 1971 mas tinham como defeito produzirem anomalias nos vedantes e juntas do motor. Os o-rings encolhiam provocando fugas do lubrificante. Até os anos 80/90 foram sempre aperfeiçoados incluindo a reformulação que elimina o problema com os vedantes.
Até o ano 2000 o preço não era convidativo pelo que as marcas recomendavam ainda a utilização de óleo semi-sintético devido ao encarecimento da manutenção. Após 2000 / 2002 até hoje praticamente todas as marcas recomendam óleo sintético nos manuais dos seus automóveis.

A utilização de óleo sintéticos permitem melhor lubrificação e mais rápido, visto serem 0W e 5W permitem lubrificação com máximo desempenho no momento em que damos à chave devido à sua viscosidade testada e garantida a baixas temperaturas.

Uma das grandes vantagens deste tipo de óleo é o seu factor de limpeza, ajuda a prevenir o motor e Oil Sludge (   Para visualizar hiperligações por favor faça LogIn) garantido assim a longevidade do motor.
Como desvantagem pode-se apontar também o mesmo factor em carros antigos e com motor desgastado. O "lixo" acumulado poderá já trabalhar como vedante e irá ser removido por este óleo provocando fugas. Obviamente a opção correcta é abrir o motor para trocar juntas e vedantes e... não simplesmente colocar um óleo mais grosso de qualidade inferior.

O que é o API:
O API representa American Petroleum Institute. Os óleos têm como funções de lubrificação, limpeza ou até mesmo anti-corrosão pelo que têm que ser baseados em um destes factores e usar aditivos para compensar os restantes. Isto é, um óleo pode ter como base detergente e serem adicionados aditivos para melhor a lubrificação ou vice versa. O API do óleo é baseado em 5 grupos:

Grupo I e II - Óleos minerais
Grupo III - Normalmente óleos sintéticos excepto na Alemanha e Japão
Grupo IV - Óleos sintéticos
Grupo IV - Grupo diversificado

O API é ainda dividido em classes:
S - Classificado como óleo usados em carros movidos a gasolina
C - Classificado como óleo usados em carros movidos a gasóleo

A categoria mais antiga referente a motores a gasolina é o SN, todos os óleos anteriores são considerados como obsoletos, existem actualmente SN, SM, SL e SJ. Quanto mais recente for a categoria menos fosforo e zinco contem a mesma aumentando a longevidade dos catalisadores.

A nível de gasóleo podemos encontrar classificações como CF, CF-2, CH-4, CI-4 ou CJ-4 em que a ordem alfabética do segundo digito representa a ordem cronológica.

Por norma os óleo API CH-4 são compatíveis com motores gasolina acompanhados pelas siglas SL, SJ ou outra.

Convém sempre respeitar o valor do API recomendando visto haver incompatibilidade entre alguns vedantes de motor danificando os mesmos devido à concentração de químicos abrasivos.

Outras identidades que podem ser referidas nos rótulos:
Existem ainda a ILSAC - International Lubricant Standardization and Approval Committee, ACEA - Association des Constructeurs Européens d'Automobiles, JASO - Japanese Automotive Standards Organization ou a ASTM - American Society for Testing and Materials pelo que devem sempre de consultar as exigências do motor a nível de requisitos destas entidades.

Aditivos de óleo:
Nunca em caso algum se deve de colocar aditivos no óleo, estes iram diluir o óleo baixando a sua qualidade como podem entupir os finos canais no motor. É completamente desaconselhado pelas marcas e pela maioria dos fabricantes.   Para visualizar hiperligações por favor faça LogIn

Conselhos:
Mudar sempre o óleo atempadamente trocando o mesmo sempre por óleo 100% sintético de qualidade e de viscosidades testada e garantida a baixa temperatura.
Mudar sempre o filtro ao mudar o óleo.   Para visualizar hiperligações por favor faça LogIn

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Este tópico foi escrito durante a madrugada...
Sintam-se livres de me corrigirem :)

Abraço

Guest:
Tu não páras  ;) excelente post  O0
Tenho apenas uma duvida, existem aditivos que reduzem, ou se propõem a reduzir a quantidade de fumo emitida pelo escape. Nunca percebi como funcionam... Os outros sei que "engrossam" o óleo, logo diminuem as fugas, mas esses não sei qual o funcionamento.  ???

Abraço

contribuinte:
O que é que estavas a fazer ás 6 da manhã, para te lembrares de fazer um topico sobre ÓLEOS O:-)

Guest:
Devia estar a trabalhar... eheh...

Abraco

TesZero:
Kamuma, existem os aditivos já contidos no óleo, com os quais o óleo é "fabricado" e testado, depois ha os aditivo que devemos evitar tipo o "slick50" e outros do género.

Quanto ao que falas, para reduzir fumos, penso que te referes aos aditivos de combustível de limpeza de injectores... não?

Especialmente nos Diesel, o fumo preto é comum e reduzido por vezes com limpeza do sistema de injecção.
mas nada tem haver com o óleo.

Se o fumo for óleo... bem.. o caminho correcto é trocar vedantes e juntas e não por usar óleos mais grossos e aditivos...

Contribuinte, ainda me faltavam umas horas para poder ir dormir... :P optei por converter tempo "livre" em algo útil :)

Abraço

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